domingo, 28 de fevereiro de 2010

Liberdade de ser


Difícil não ter um pensamento dualista. Difícil não ver a vida em termos de certo e errado, bom ou ruim, sim ou não, verdade ou mentira...
Difícil não fazer julgamentos, não estabelecer preconceitos e usá-los como parâmetros, modos de ver a vida.
Mas a grande armadilha dos conceitos pré estabelecidos é que eles nos fazem carcereiros.
Sim!
Carcereiros da essência de todas as coisas, aquela que apenas é! A liberdade de ser...Aquela que não necessita de permissão, aprovação ou desaprovação.
Quando julgamos se o comportamento de alguém é certo ou errado, tiramos a liberdade de ser.
Quando julgamos as nossas próprias ações como boas ou ruins, nos privamos de viver com verdade.Aprisionamos a nossa própria essência, nos tornamos nosso próprio carcereiro.
E quantas pessoas- eu mesma!- aprisionam seus desejos, deixam de falar o que sentem, deixam de fazer o que querem, de lutar pelo que acreditam, por causa da prisão do certo e errado?
Todos os dias engolimos as palavras que estão na ponta da língua, sorrimos quando queremos chorar, chegamos quando queremos partir, beijamos querendo surrar, aceitamos querendo negar, calamos querendo gritar! Temos medo do julgamento, medo de errar...erro, acerto, bom, mau...anjo, demônio...
E quem não conhece a beleza de ser...quem não experimentou a liberdade da máxima: "Viva e deixe viver!", se vê como que num filme repetido, onde os papéis são sempre os mesmos, onde há um roteiro, uma espécie de trilho do qual não se pode desviar, não se pode sair, nem ser diferente do que já está escrito e aprovado por todos- não sei ainda como se chega a esse consenso- o código de conduta que dita o certo e o errado. Uma prisão sem muros, chamada realidade...será?
Me sinto, às vezes como que emergindo nesse mar-realidade e tomando fôlego! E quando faço isso consigo olhar em volta e ver que não há contra-senso no Universo...que tudo é complementar a tudo, como a morte é complemento da vida, o dia da noite. Que o certo e o errado são partes de um grande todo, que é simplesmente ser...
Então não temo julgamentos...deixo ser, sem me preocupar com erros e acertos...apenas deixo ser...

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