sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CONTROLE ABSOLUTO


Meu irmão me sugeriu que escrevesse sobre controle e eu não sabia como começar até que umas vivências recentes me mostraram que o controle pode ser cruel.

Depois de pensar sobre o assunto e começar a escrever sobre isso, fui percebendo que o tema é mais sério e pesado do que eu gostaria, mas assim mesmo, sinto que não devo deixar de expor o que penso sobre tudo isso.

Percebi que existe uma forma de controle que uma pessoa exerce sobre a outra, geralmente alguém muito próximo, como irmãos, maridos, esposas, mas o mais cruel é quando quem deseja controlar é a mãe e é sobre esse assunto que eu quero começar a falar.

É um controle desumano, porque vem disfarçado de amor. É isso mesmo. Com o pretexto de ser mãe, amar e querer o melhor para o filho, vejo mulheres adultas, com filhos também já adultos, literalmente escravizados emocionalmente. Essas mães não deixam que seus filhos cresçam, pois têm medo de que eles percebam que elas também não cresceram e, o que é ainda mais difícil de admitir, não querem que seus filhos as superem como pessoas bem sucedidas. É realmente difícil ler isso, mas se pensar bem, verá que isso pode ser a verdade mais dura. Pode ser que elas não saibam o quanto podem ser tóxicas ao desenvolvimento integral de seus filhos. A maneira como os educam está impregnada das projeções de suas próprias frustrações. Baseadas em seu medo por terem falhado em muita coisa na vida e de terem sofrido por isso, elas tentam "proteger" seus filhos de passarem pelas mesmas decepções. E essa é a melhor das hipóteses, pois uma boa parte de seu comportamento controlador está baseada em egoísmo.

Mas uma relação é composta por dois lados e onde há o controlador, também há o controlado. E, se um só faz o que o outro permite, resta saber até que ponto os filhos dessas mães têm consciência de que poderiam ter mais autonomia. Não tenho certeza de que eles sabem que são tão controlados ou se eles até sabem, mas acham fácil não confrontar. E, além disso, é sempre mais cômodo ter todas as suas necessidades satisfeitas, mesmo que isso implique na falta de liberdade e numa imaturidade prolongada.

Enfim, queridos leitores...o assunto ficou extenso e tive que desmembrar esse post numa trilogia. O primeiro texto é este, que introduz o assunto e é um pouco mais leve... Porém os próximos dois exigirão antiácidos.
Espero que sejam úteis. Por enquanto pensem no que já leram aqui.

2 comentários:

  1. Lendo aqui, comecei a pensar em como esse assunto é pesado e cheio de variações mesmo. É dificil reconhecer-se nessa posição (seja controlado ou controlador), ter coragem de mudar isso com o devido cuidado/respeito, e até mesmo ter coragem de agir por conta própria, sem ter a segurança de ter alguém "dirigindo" sua vida (e decisões) por você.
    Quebra tudo, Val!
    Beijos!

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  2. Obrigada, Geórgia... seu comentário foi muito importante... começo a ver que o caminho é por aí! Valeu!

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