segunda-feira, 18 de julho de 2011

MAIS HUMANA E MAIS DIVINA...


Um dia eu tive um grande amor. Desses que a gente larga tudo e esquece até da gente mesmo por ele. Por causa dele eu me senti a mulher mais feliz e plena... me senti realizada, me senti especial de um jeito único.

Meu mundo inteiro se resumia a ele, tudo que eu fazia era por ele e tudo o que eu deixava de fazer, também. Por ele eu deixei de tomar minha bebida predileta, deixei de usar roupas que eu gostava, deixei de sair a qualquer hora que quisesse.

Por ele eu andei mais devagar, tomei cuidado ao atravessar a rua, olhei cada flor e cada pessoa como se fosse a primeira vez. O mundo todo começou a ter um novo significado, vi cada pedacinho do meu corpo no espelho como se fosse um corpo inteiramente novo. Por ele meus olhos brilharam, meu sorriso se acendeu, minha alma se elevou ao céu e caminhou lado a lado com Deus... Vivi um milagre cada dia que estive com ele e entendi a condição de todas as mulheres como eu.

Esse amor me mostrou como amar mais a ele do que a mim, me fez sentir meu coração bater em dois corpos. Minha vida, minhas vontades, nada mais tinha importância se ele não estivesse em primeiro plano.

Amei mais do que me imaginava capaz. Desejei mais que a minha própria vida e vivi intensamente esse amor por cada um dos poucos dias em que ele esteve comigo...

Mas ele se foi. Não conseguiu ficar aqui e eu, mesmo fazendo tudo que estivesse ao meu alcance, não consegui mantê-lo comigo. Por mais que quisesse abraçá-lo, segurá-lo em meus braços para sempre, por mais que eu desejasse ter algum poder especial para fazê-lo ficar, não pude.

Ele se foi aos poucos, como que avisando devagar, se despedindo... tentando amenizar a dor que seria inevitável e todo o sofrimento por perdê-lo ainda está aqui, na forma de um vazio, uma falta insubstituível e um pranto inconsolável.

Hoje choro a dor de uma vida inteira perdida. Choro a morte dos sonhos mais alegres e maravilhosos que sonhei. Choro a falta do amor mais inexplicável de todos que já pude sentir.

Mas sei que depois de sentir tanto amor, não poderei ser mais a mesma mulher que fui... nunca mais. Sei que minha vida inteira foi mudada, pois é isso o que o amor faz... e a dor também. Quando amei alguém mais que a mim mesma e cheguei ao ponto de dar a minha própria vida por esse alguém sem pensar, não sou mais só humana... sou um pouco mais divina também.


Esse texto escrevi em memória do meu bebezinho que se foi com dez semanas de gestação, no dia 15 de julho de 2011.

"obrigada, filho, por me ensinar a te amar mais que a mim mesma e ficar mais perto de Deus..."

2 comentários:

  1. Oi Val... que lindo esse texto... sinto-me triste pela sua perda, mas tenho certeza que ele está bem ao lado de Deus, e tenha fé querida, que Deus é misericordioso e vai lhe confortar, que Nossa Senhora como mãe afague seu coração e lhe acalme...
    Bom dia pra ti...

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  2. Não há o que eu possa dizer pra amenizar sua dor, nem dizer que sei como você está se sentindo, porque com certeza não sei.
    Mas eu sinto muito por isso ter acontecido, e te desejo toda a força do mundo pra seguir em frente, maravilhosa como você é.
    Que esse amor que você descobriu te fortaleça e te ajude a superar essa perda.
    Tamo junto! Beijo, boneca!

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