Esta foi a postagem que eu publiquei no facebook com umas reflexões sobre a primeira parte do sonho.
Que coisa mais maluca que é a vida...
Essa noite eu sonhei que estava reunida com minha família: tios, tias, primos, primas, avós, irmãos e meu marido, que estava do meu lado. Começaram a cantar hinos antigos da igreja, como um coral, bem afinadinhos, todos juntos... Meu marido não sabia cantar, por não ter sido criado na mesma igreja que nós e por causa disso eu não cantava, pra ele não se sent
Essa noite eu sonhei que estava reunida com minha família: tios, tias, primos, primas, avós, irmãos e meu marido, que estava do meu lado. Começaram a cantar hinos antigos da igreja, como um coral, bem afinadinhos, todos juntos... Meu marido não sabia cantar, por não ter sido criado na mesma igreja que nós e por causa disso eu não cantava, pra ele não se sent
ir tão 'fora d'água'... daí uma das minhas tias começou olhar feio por que eu não tava cantando como todo mundo, veio pra perto de nós e começou a cantar bem alto e com uma voz muito brava, como se dissesse: tem que cantar! canta, logo! e então eu começava a cantar me sentindo acuada, om todo mundo olhando... O sonho continuava e tomava um rumo mais 'secular', mas este primeiro momento foi bem forte pra mim...
O mais legal é que eu acordei e fui pra aula...e lá eu ouvi uma coisa muito importante, e que talvez nunca mais esqueça: a imposição da religião nasce da dúvida do próprio religioso em relação a seus dogmas... O religioso quer obrigar uma pessoa a crer no que ele crê, na íntima e inconsciente esperança de que aquilo funcione mesmo pro outro, pra que ele possa tbm acreditar. "se você crÊ, então eu tbm creio...deve ser verdade"
A segunda coisa importante que ouvi na mesma aula, e que já tinha ouvido antes foi: o que eu mais critico no outro é o que eu mais desejaria fazer, também... (essa é fácil entender)
E a terceira, que cabe aqui é: a espiritualidade é intrínseca ao ser humano, e é ela que apoia a experiência de busca interior. A religião nasce da necessidade de dar sentido às crises humanas e suprir o sentimento de vazio com coisas externas, com um reino que está fora do indivíduo, com mandamentos e leis e este indivíduo,por sua vez, é ensinado a se sentir incompleto e incapaz de dar conta de suas crises sozinho, incapaz de encontrar as respostas dentro de si próprio. Se ao passar por uma grande crise, uma pessoa consegue encontrar todas as respostas em sua crença religiosa, ótimo! Por que esse pensamento mítico e dogmático realmente pode dar conta de muitos aspectos da existência humana até certo nível de complexidade- e eu não tenho dúvida quanto a isso. Porém não há nada mais eficaz para se testar uma convicção dessa natureza do que uma grande crise existencial... E, infelizmente o que acontece é que ao passar por essas crises, o indivíduo não se sente capaz de encontrar o sentido, não tem confiança em sua espiritualidade mais profunda e eterna e não tem coragem de romper com os dogmas que aprendeu... E vive numa espécie de ambivalência em relação às crenças que não preencheram adequadamente seu vazio... Ressentido por isso, ao mesmo tempo em que começa a achar que a culpa é sua, por não ter fé suficiente nos dogmas de sua religião para merecer seus favores... e nesse ponto a busca por esse merecimento se torna mais fervorosa do que nunca... e mais vazia... porque não está fora...está dentro...
Eu sonho à noite e logo de manhã sou bombardeada com essa profundidade de conteúdos...
Que coisa mais maluca que é a vida...
O mais legal é que eu acordei e fui pra aula...e lá eu ouvi uma coisa muito importante, e que talvez nunca mais esqueça: a imposição da religião nasce da dúvida do próprio religioso em relação a seus dogmas... O religioso quer obrigar uma pessoa a crer no que ele crê, na íntima e inconsciente esperança de que aquilo funcione mesmo pro outro, pra que ele possa tbm acreditar. "se você crÊ, então eu tbm creio...deve ser verdade"
A segunda coisa importante que ouvi na mesma aula, e que já tinha ouvido antes foi: o que eu mais critico no outro é o que eu mais desejaria fazer, também... (essa é fácil entender)
E a terceira, que cabe aqui é: a espiritualidade é intrínseca ao ser humano, e é ela que apoia a experiência de busca interior. A religião nasce da necessidade de dar sentido às crises humanas e suprir o sentimento de vazio com coisas externas, com um reino que está fora do indivíduo, com mandamentos e leis e este indivíduo,por sua vez, é ensinado a se sentir incompleto e incapaz de dar conta de suas crises sozinho, incapaz de encontrar as respostas dentro de si próprio. Se ao passar por uma grande crise, uma pessoa consegue encontrar todas as respostas em sua crença religiosa, ótimo! Por que esse pensamento mítico e dogmático realmente pode dar conta de muitos aspectos da existência humana até certo nível de complexidade- e eu não tenho dúvida quanto a isso. Porém não há nada mais eficaz para se testar uma convicção dessa natureza do que uma grande crise existencial... E, infelizmente o que acontece é que ao passar por essas crises, o indivíduo não se sente capaz de encontrar o sentido, não tem confiança em sua espiritualidade mais profunda e eterna e não tem coragem de romper com os dogmas que aprendeu... E vive numa espécie de ambivalência em relação às crenças que não preencheram adequadamente seu vazio... Ressentido por isso, ao mesmo tempo em que começa a achar que a culpa é sua, por não ter fé suficiente nos dogmas de sua religião para merecer seus favores... e nesse ponto a busca por esse merecimento se torna mais fervorosa do que nunca... e mais vazia... porque não está fora...está dentro...
Eu sonho à noite e logo de manhã sou bombardeada com essa profundidade de conteúdos...
Que coisa mais maluca que é a vida...
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Aqui relato a parte final do sonho que não publiquei no post acima:
Quando eu me sentia pressionada pela minha tia a cantar junto com a família, a contragosto eu começava a canta, mas de repente minha voz pareceu criar vida própria e eu cantava como nunca cantei. Eu reconhecia que a voz era a minha mas não sabia como estava fazendo tudo aquilo. Depois de um tempo comecei a me acostumar com a voz poderosa e me diverti muito cantando. Soltei a voz, cantei tudo o que podia, sabendo e mostrando que a voz era MINHA mesmo. Aí meus parentes todos começaram a me olhar com desconfiança e desaprovação novamente, porque eu estava me assoberbando com a voz e me tornando orgulhosa dela. Eu me lembro de ter pensado: é minha voz mesmo, não tenho que atribuir minha capacidade a ninguém. Sou eu que estou cantando, essa voz é exclusivamente minha eu tenho poder sobre ela...
30 de julho de 2012.
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