terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amor e Espiritualidade - uma analogia

A Espiritualidade humana, assim como o Amor são intrínsecos. São dimensões profundas e transcendentes. E assim como busca o Amor, o homem busca sua religação com a dimensão espiritual. Muitos que conseguiram, de alguma forma, esse reencontro, voltaram tentando mostrar aos outros o que fazer para também conseguir.
Acontece que, como no Amor, por mais que se tente ensinar o caminho, não há nada mais real e verdadeiro do que a própria experiência que cada um faz com ele.
O Amor não se ensina, o Amor se vive!
Sim, existem livros e mais livros. Receitas, regras, o que fazer, o que não fazer, como se comportar, como reconhecer o Amor Verdadeiro. Tudo muito bem intencionado, tudo muito bonito...mas não o bastante para fazer uma pessoa, apenas ao ler os manuais, identificar em si o que é o Amor de verdade.
A experiência do Amor é única, é maior que a existência terrena e nos faz ter ligação com coisas que não explicamos, apenas sentimos e intuímos como algo maior que qualquer ser humano. Viver e experimentar o Amor é único em cada pessoa e quando acontece, sabemos.
O Amor não pode ser vendido, não pode ser trocado, barganhado, não pode ser dividido, não assume posicionamentos nem opiniões. O Amor não pode ser ensinado, não pode ser contido em regras ou dogmas.
O Amor é mais que um sentimento, mais que um acontecimento...o Amor é uma entidade...o Amor apenas é! Tão imutável e eterno quanto as leis que regem o Universo e tão puro quanto este.
Dizer que existem regras ou restrições para amar é um pecado contra o Amor...é torná-lo mundano, coisa de homens, coisa de ego. Dizer que o Amor se conquista por esforço é torná-lo negociável, é dar-lhe preço... é inconcebível.
Tentar fazer com que outros também o encontrem é louvável, sim. Mas forçar ou obrigar qualquer pessoa a só amar de um jeito e tentar convencer o mundo de que só existe uma forma correta de Amar chega a ser risível para quem conhece o Amor por vivê-lo. E brigar pela defesa da tal forma correta de amar, chega a ser burrice.
 Porém vemos isso acontecer todos os dias, desde que o homem se comunica e raciocina...desde que a intuição foi posta de lado em favor da lógica. E chegou-se ao ponto de questionar a existência do Amor em nome dessa lógica. E chegou-se ao ponto de brigar, guerrear e matar em nome do Amor, por defender sua existência e as regras certas para se alcançá-lo e mantê-lo a seu favor.
E toda essa briga pelo Amor é igualmente encontrada, até de forma mais radical e violenta na Espiritualidade. E as regras para se religar ao Sagrado, e a forma correta de se chegar a Ele, e a institucionalização, racionalização e dogmatização do Sagrado é o que se chama hoje Religião.
Mas, como o Amor, o Sagrado não se ensina, não se impõe. O Sagrado é eterno, não vem das concepções humanas. O Sagrado se vive. Por mais que se busque caminhos e formas de encontrá-lo nas religiões...o contato é único e vivenciado dentro de cada pessoa.
Ninguém pode dizer a ninguém como amar. Nenhum ser humano é capaz de explicar ao outro o que é o Amor...
Assim, também, é a experiência do Sagrado. Transcende. E todo ego é desfeito. E com ele, tudo o que humanamente se criou perde o sentido.

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